Os sites de média social como o Facebook e o Twitter são essencialmente redes de pessoa-a-pessoa. Apesar de muitas empresas e instituições culturais tentarem aproveitar-se deles para fazer o seu marketing, a maioria não consegue aproveitar todo o seu potencial ao tratar este novo meio de comunicação da mesma forma que os antigos.
No mundo real, as pessoas partilhas as suas opiniões sobre o que as rodeia e este tipo de comunicação é a mais poderosa influência sobre os produtos que compramos, bem como umas das principais formas que escolhemos para usar o nosso tempo livre.
A pesquisa mostra que uma recomendação de um amigo é mais poderosa que a transmissão de mensagens publicitárias; nos sites de média social como o Facebook e o Twitter o mesmo é verdade.
É claro que a recomendação pessoal não é nada de novo, há dez anos atrás eu poderia falar a um punhado de pessoas sobre uma nova exposição ou uma actuação que eu tinha gostado, porém os média sociais amplificam este tipo de marketing de “boca a boca” e ao invés de ter que falar com as pessoas uma a uma, com um clique apenas posso espalhar a palavra a centenas ou milhares de pessoas.
Creio que as instituições culturais precisam de repensar a forma como estão a abordar os média sociais e mudar a sua perspectiva de “o que queremos dizer?” para “como é que podemos fazer com que as pessoas falem de nós?”.
Há muitas formas simples que podem ser postas em prática para incentivar as pessoas a defender o seu nome e a falar sobre a sua instituição cultural.
Consiga que as pessoas “gostem” de si.
O Facebook e os outros sites de média social fazem com que seja mais fácil para as pessoas partilharem as coisas que lhes interessam com os seus amigos através dos botões de “partilha social”.
Estes botões de partilha podem ser adicionados a qualquer página do seu site através de uma simples linha de código e quando alguém clica nele, aparece um link para o respectivo conteúdo relevante na respectiva rede social, partilhando assim esta informação com os seus amigos.
Um utilizador médio do Facebook tem 130 amigos mas a pesquisa mostra que as pessoas que clicam nos botões “Gosto” têm em média duas vezes mais amigos na rede social.
Em última análise, acho que esta tecnologia vai muito mais além da internet, por exemplo, um museu poderia ter um botão de “Gosto” ao lado de uma pintura e quando um visitante passa o seu smartphone ao lado desta, publica instantaneamente um link na sua página de Facebook.
Peça a opinião às pessoas
Uma das formas que a TATE utiliza para conseguir levar as pessoas a falar sobre as suas exposições, é através de uma secção de comentários na sua página do Facebook. Isto é uma publicidade incrivelmente poderosa para as suas exposições onde pessoas reais partilham as suas experiências na TATE.
A TATE usa uma aplicação grátis do Facebook chamada “Comentários” para potenciar esta funcionalidade na sua página de Facebook e qualquer museu ou galeria poderá adicioná-la à sua própria página numa questão de minutos.
Se você optar por adicionar comentários à sua página de Facebook também vai precisar de considerar como irá informar as pessoas sobre isso. Você pode usar algum tipo de sinalização no seu espaço a informar os visitantes de que gostaria que deixassem um comentário ou se as pessoas estão a comprar bilhetes, obter os seus endereços de email e enviar-lhes um convite para deixar um comentário no dia seguinte.
Receba um inquilino
Outra forma interessante para fazer com que um membro do público comece a partilhar as suas experiências acerca de uma instituição cultural é convidar alguém para viver nela.
É isso que o Museu de Ciência e Indústria de Chicago fez quando criou um concurso para encontrar alguém para viver no seu museu durante um mês.
O museu recebeu mais de 1500 entradas de pessoas interessadas em viver lá e acabou por seleccionar uma mulher chamada Kate como vencedora.
Ela realizou testes, falou com os visitantes e partilhou a sua experiência com os membros do público através de um blogue, vídeos e através do Twitter. Ter um indivíduo que não pertence à instituição dá mais credibilidade a este conteúdo social do que se o museu o tivesse escrito por si próprio.
Embora, neste caso, quem recebeu um inquilino foi um museu, eu posso imaginar que isto poderia funcionar também com outras instituições culturais, imagine um adepto do teatro a partilhar a sua visão por trás dos bastidores, enquanto uma nova peça começa a tomar forma.
Trate os blogueiros como estrelas de rock
Você não tem precisar de chegar ao extremo de ter alguém a viver na sua instituição cultural para fazer com que as pessoas falem de si, você só tem de conseguir chegar até aos blogueiros.
A capacidade de divulgação de um blogueiro é cada vez mais um lugar-comum. É necessário um pouco de pesquisa para construir uma “lista de imprensa “de blogueiros relevantes, quer na sua área geográfica quer no seu campo de actuação, no entanto, os resultados podem ser impressionantes.
Para uma exposição que desenvolvi há dois anos, fiz amizade com quatro ou cinco blogues relevantes. No total, eles possuíam cerca de mais de 100.000 leitores por dia e esse era um público muito segmentado de pessoas interessadas no assunto da minha exposição.
Assim que você tiver uma lista de blogueiros que podem ser úteis para a sua organização, convide-os a deixar comentários ou críticas e incentive-os a escrever acerca das suas exposições, eventos ou actuações ao dar-lhes acesso a fotografias para ilustrar uma publicação num blogue.
Conclusão
A sua actividade de média social não deve estar apenas focada no que você pretende dizer; você deve estar constantemente à procura de oportunidades para que os outros falam de si.
Como é que pode usar os média sociais para as pessoas falarem sobre a sua exposição, actuação ou evento?